quinta-feira, 28 de abril de 2016

Poemas 25 Abril

Liberdade
Sérgio Godinho

Viemos com o peso do passado e da semente
esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente
e a sede de uma espera só se ataca na torrente

Vivemos tantos anos a falar pela calada
só se pode querer tudo quanto não se teve nada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada
só se quer a vida cheia quem teve vida parada

Só há liberdade a sério quando houver
a paz o pão
habitação
saúde educação
só há liberdade a sério quando houver
liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir.


O Dia da Liberdade
José Jorge Letria

Este dia é um canteiro
com flores todo o ano
e veleiros lá ao largo
navegando a todo o pano.
E assim se lembra outro dia febril
que em tempos mudou a história
numa madrugada de Abril,
quando os meninos de hoje
ainda não tinham nascido
e a nossa liberdade
era um fruto prometido,
tantas vezes proibido,
que tinha o sabor secreto
da esperança e do afeto
e dos amigos todos juntos
debaixo do mesmo teto.

Cartazes 25 Abril




quinta-feira, 14 de abril de 2016

Permacultura

Princípios da Permacultura

Princípio 1: Observe e interaja.

"A beleza está nos olhos do observador."

Ao tomar o tempo para se envolver com a natureza nós podemos projetar soluções que se adequam a nossa situação particular.


Princípio 2: Obtenha e armazene energia.


"Faça feno enquanto o Sol brilha."
Sistemas que coletam e desenvolvem recursos quando eles são abundantes para podermos usá-los em momentos de necessidade.


Princípio 3: Obtenha rendimento.


"Você não pode trabalhar com o estômago vazio."

Certifique-se de que você está recebendo recompensas verdadeiramente úteis como parte do trabalho que você está fazendo.


Princípio 4: Aplique a autorregulação e aceite feedback.


"Os pecados dos pais recaem sobre os filhos até a sétima geração."

Precisamos desencorajar atividades impróprias para assegurar que os sistemas possam continuar a funcionar bem.


Princípio 5: Use e valorize recursos e serviços renováveis.


"Deixe a natureza seguir seu curso."

Faça o melhor uso da abundância da natureza para reduzir o nosso comportamento de consumo e dependência de recursos não renováveis.


Princípio 6: Produza sem desperdício.

"Um ponto em tempo poupa um cento."
Ao valorizar e fazer uso de todos os recursos que estão disponíveis para nós, nada vai para o lixo.



Princípio 7: Planeie dos padrões para os detalhes.

"Não é possível ver a floresta pelas árvores."
Ao voltar atrás, podemos observar os padrões da natureza e da sociedade. Estes podem formar a espinha dorsal de nossos projetos, com os detalhes preenchidos à medida que avançamos.



Princípio 8: Integrar em vez de segregar.

"Muitas mãos fazem o trabalho leve."
Ao colocar as coisas certas no lugar certo, as relações se desenvolvem entre eles e apoiar uns aos outros.



Princípio 9: Use soluções pequenas e lentas.

"Quanto maior a altura, maior a queda."
Sistemas pequenos e lentos são mais fáceis de manter do que os grandes, uma melhor utilização dos recursos locais e produzem resultados mais sustentáveis.


Princípio 10: Use e valorize a diversidade.

"Não coloque todos seus ovos na mesma cesta."
Diversidade reduz a vulnerabilidade de uma variedade de ameaças e tira vantagem da natureza única do meio ambiente no qual ele reside.


Princípio 11: Use as bordas e valorize as margens.

"Não pense que você está no caminho certo só por ele ser bem batido."
A interface entre as coisas é onde os eventos mais interessantes acontecem.Estes são muitas vezes os elementos mais valiosos, diversos e produtivos no sistema.


Princípio 12: Use e responda criativamente às mudanças.

"Visão não é ver as coisas como elas são mas como elas vão ser."
Nós podemos ter um impacto positivo na mudança inevitável por observando cuidadosamente, e depois intervir no momento certo.











O que é a Permacultura?

A palavra permacultura originou-se da expressão em inglês “permanent agriculture“, porém, hoje, devido a ampliação de sua abrangência pode-se dizer que a permacultura deriva da expressão “cultura permanente”.

Nasceu na cabeça de Bill Mollison, ex-professor universitário australiano, na década de 1970. Refugiado das loucuras da sociedade de consumo, Mollison percebeu que nem os cantos remotos do interior australiano onde morava seria poupado do colapso planetário iminente – a flora e a fauna estavam diminuindo sensivelmente…
“Resolvi”, falou Mollison na sua passagem pelo Brasil em junho de 1992, “que, se voltasse para o mundo, voltaria com uma coisa muito positiva”.Foi assim que nasceu a ideia, juntamente com David Holmgren, de criar sistemas de florestas produtivas para substituir as monoculturas de trigo e soja, responsáveis pelo desmatamento mundial. Observando e imitando as formas de florestas naturais do lugar, revelou-se possível a criação de sistemas altamente produtivos, estáveis e recuperadores dos ecossistemas locais.
Depois de dez anos implantando, com grande sucesso, tais sistemas em todos os continentes, Mollison,

   Holmgren e seus colaboradores perceberam que não adianta concentrar-se em sistemas naturais sem considerar os outros sistemas tão vitais para a sobrevivência humana: sistemas monetários, urbanos (arquitetura, reciclagem de lixo e águas), sociais e de crenças. A “Permanent Culture“.
Hoje a permacultura conta com mais de 10.000 praticantes em todos os continentes e mais de 220 professores trabalhando em tempo integral. A permacultura chegou no Brasil através do primeiro curso dado por Bill Mollison, em Porto Alegre. Hoje existe uma equipe de profissionais – agrônomos, engenheiros, arquitetos, etc. – que estão se aprofundando nestas idéias e que já fundaram o primeiro sistema LETS de troca de serviços da América Latina.

   Baseada na prática de “Cuidar da Terra, cuidar dos homens e compartilhar os excedentes” (quer sejam dinheiro, tempo ou informações), a permacultura ousa acreditar na possibilidade da abundância para toda a humanidade através do uso intensivo de todos os espaços, através do aproveitamento e geração de energia, da reciclagem de todos os produtos (acabando assim com a poluição) e através da cooperação entre os homens para resolver os grandes e perigosos problemas que hoje assolam o planeta.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Normas da Agricultura Biológica

Na UE estas normas foram estabelecidas no Regulamento do (CEE) 2092/91 Conselho de 24 de Junho de 1991 relativo ao modo de produção biológico de produtos agrícolas e à sua indicação nos produtos agrícolas e nos géneros alimentícios.
Uma revisão detalhada do actual regulamento resultou em duas propostas da Comissão Europeia em Dezembro de 2005 para uma série de normas simplificadas e melhoradas: uma para a importação de produtos de agricultura biológica e outra para a produção e rotulagem de produtos de agricultura biológica. O regulamento para as importações Regulamento do Conselho 1991/2007 que altera o Regulamento (CEE) n.º 2092/91 relativo ao modo de produção biológico de produtos agrícolas e à sua indicação nos produtos agrícolas e nos géneros alimentícios, em vigor desde Janeiro de 2007.A definição de produção biológica, o seu logótipo e sistema de rotulagem, estão contidos no Regulamento do Conselho relativo à produção biológica e à rotulagem de produtos de agricultura biológica, será aplicado a partir de 1 de Janeiro de 2009.
O Regulamento de agricultura biológica da UE especifica como deve ser feita a gestão das culturas e produção animal e como devem ser preparados os produtos alimentares para humanos e animais, de modo a poderem ostentar indicações referentes ao modo de produção biológico. A adesão ao Regulamento biológico da UE também é exigida para que os produtos possam ostentar o logótipo da UE para a agricultura biológica. É também obrigatório que esse rótulo contenha o código identificativo dos organismos de controlo que inspeccionam e certificam os operadores biológicos.
Este regime de rotulagem visa ganhar a confiança dos consumidores dos Estados-Membros da UE na autenticidade dos produtos de agricultura biológica que adquirem. O logótipo da UE destina-se a facilitar o reconhecimento dos produtos de agricultura biológica pelos consumidores e funciona de forma semelhante aos outros logótipos nacionais que poderá encontrar nos produtos do seu próprio país. Neste momento não é obrigatório que todos os produtos produzidos de acordo com o Regulamento Europeu de agricultura biológica tenham este logótipo, mas passará a ser quando o novo Regulamento entrar em vigor.

O que é a agricultura biológica?

Simplificando, a agricultura biológica é um sistema agrícola que procura fornecer-lhe a si, consumidor, alimentos frescos, saborosos e autênticos e ao mesmo tempo respeitar os ciclos de vida naturais.

Para alcançar isto, a agricultura biológica baseia-se numa série de objectivos e princípios, assim como em práticas comuns desenvolvidas para minimizar o impacto humano sobre o ambiente e assegurar que o sistema agrícola funciona da forma mais natural possível.
As práticas tipicamente usadas em agricultura biológica incluem:
  • Rotação de culturas, como um pré-requisito para o uso eficiente dos recursos locais 
  • Limites muito restritos ao uso de pesticidas e fertilizantes sintéticos, de antibióticos, aditivos alimentares e auxiliares tecnológicos, e outro tipo de produtos 
  • Proibição absoluta do uso de organismos geneticamente modificados 
  • Aproveitamento dos recursos locais, tais como o uso do estrume animal como fertilizante ou alimentar os animais com produtos da própria exploração 
  • Escolha de espécies vegetais e animais resistentes a doenças e adaptadas às condições locais 
  • Criação de animais em liberdade e ao ar livre, fornecendo-lhes alimentos produzidos segundo o modo de produção biológico 
  • Utilização de práticas de produção animal apropriadas a cada espécie 



Agricultura Biológica

Entre 1994 e 2011, o número de pessoas que estão a produzir de forma biológica cresceu de 234 para quase 6000. Volume de negócios do sector já ronda os 20 milhões de euros por ano.  A agricultura biológica ocupou, no ano passado, quase 220 mil hectares de terra em Portugal, o valor mais alto desde 2007. E o número de produtores dedicados a produzir alimentos ou pastagens neste modo de produção disparou de uns escassos 234 em 1994 para 5938 no ano passado, o número mais elevado dos últimos 17 anos.   De acordo com dados fornecidos ao PÚBLICO pelo Ministério da Agricultura, em termos globais a área já representa 5,5% da superfície agrícola utilizada, "situando-se um pouco acima da média europeia". As estimativas do sector, citadas pelo gabinete de Assunção Cristas, apontam para um volume de negócios que rondará os 20 a 22 milhões de euros, com taxas de crescimento de 20% ao ano.
   Fonte: Público